quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Orgulho de pai

Assisti, entusiasmado, à apresentação da banda de rock Maria Albina - www.myspace.com/mariaalbina - na Casa Fora do Eixo de Cuiabá. A nova casa ficou muito legal, embora o teto coberto de pano preto e a saída estreita me fizessem pensar que o Corpo de bombeiros ainda não visitou o local, onde ainda se fuma à vontade. Não custa prevenir.
Mas voltando ao show, que fez parte da última noite do Grito Rock, vi a meninada desempenhar com muita alegria e competência alguns sucessos de bandas do momento entremeados com composições próprias, escritas - e aqui a razão do título - por meu filho, guitarrista e compositor da Maria Albina.
Até então, tenho incentivado sua paixão pela música e pelo instrumento, porque sei, por experiência própria, o quanto um violão serve de companhia e o quanto a música lava a alma. De agora em diante, terei que ir além desse lugar-comum. Ele está encarando a banda pra valer, chega a pensar em meio de vida. E isso, para um garoto de 16 anos e meio, cursando o terceiro ano do ensino médio, que passou no último exame do Enem para Medicina na Federal de Mato Grosso, é complicado. Para os pais, então, é um nó. A gente sabe que músico tem que ir aonde o povo está, tocar na noite, enfrentar madrugadas num palco qualquer. Eu conheci vários músicos, fui amigo de alguns e acompanhei-os noitada adentro. Sei, portanto, que o caminho de quem faz música Pop é esse, quase que invariavelmente. Dizer não a uma esticada depois da meia noite na companhia de amigos está cada vez mais difícil. Ainda mais quando me lembro da liberdade quase infinita que tinha nessa idade - meus pais moravam na fazenda e eu ficava praticamente sozinho na cidade, para estudar.
Os tempos eram outros, tento justificar. E eram. Éramos mais inocentes. Para nossos pais, no entanto, eram terríveis: Sexo, Drogas e Rock'n Roll. Hoje, pensando bem, apenas as drogas continuam assustando, pela imediata criação de dependência - vide o crack -, juntamente com seu subproduto mais perigoso, a violência. O sexo, com a Aids, deixou de ser livre e passa por um período experimentalista -  virtual, alegórico - e o Rock é ouvido de mamando a caducando.
Estou em estado de xeque.

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