terça-feira, 6 de abril de 2010

Amigos

Tenho pensado muito nos amigos. Deve ser saudade. Tenho muito poucos, porém são grandes amigos. Para mim. Eu, para eles, devo ser um ingrato que não os procura, não dá notícias e quando os encontra, faz de conta que o tempo não passou e por isso não demonstra enorme satisfação. É que para mim não muda nada. Passa um ano, dois, cinco, o amigo permanece igual no meu pensamento. Devem pensar que eu não ligo a mínima para a vida deles.
Explico: tenho uma grande dificuldade de entrar em detalhes, tanto da minha vida quanto da alheia. Quando vejo um amigo, não fico especulando sobre os acontecimentos pessoais. Às vezes rola, mas raramente. Falamos de outras coisas, não de nós.
Mas sei que gosto muito dos meus amigos. São referências. Acompanho-os, de longe, no expediente dos jornais, revistas e programas de TV, nos releases de empresas, nos comentários de conhecidos comuns. Alguns nem sabem que são meus amigos, mas eu os considero. Outros, têm por mim um carinho tão grande que só muito tempo depois descubro que alguns caminhos que segui foram traçados por eles, sem alarde, sem aviso, sem cobrança.
Assim vou eu. Lembrando dos amigos, mas sem iniciativa de procurá-los. Às vezes penso que nosso encontro deve ser algo tramado por forças superiores, e é assim que muitas vezes acontece. É assim que vejo meus amigos: como uma trama do universo.
Hoje estava pensando em como estou afastado do bla bla bla da política, onde, em outros tempos, costumava estar; cheguei à conclusão que ali não encontrarei ninguém de quem um dia possa ser amigo, e o melhor é ficar longe mesmo.

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